O G20 contará com uma reunião entre os sherpas dos países-membros e organizações da sociedade civil do G20 Social, em julho, no Rio de Janeiro. É a primeira vez na história que o fórum realiza uma sessão desta natureza. De acordo com Mauricio Lyrio, sherpa brasileiro, os grupos de engajamento vão apresentar contribuições aos representantes, que podem compor o documento que será analisado pelos líderes do fórum em novembro.
“Nunca houve no G20 uma sessão dedicada para que os governos recebessem diretamente dos grupos de engajamento as suas contribuições. Então nós teremos isso e, felizmente, a proposta brasileira teve amplo apoio. Recebi de todos os meus colegas o endosso para que nós realizemos essa sessão conjunta, que contará com a presença de todos no Rio de Janeiro”, revelou Lyrio.
Em entrevista coletiva sobre a segunda reunião de sherpas do G20, que aconteceu nesta semana em Brasília, por videoconferência, Lyrio contou ainda que o grupo iniciou o processo de preparação da Declaração dos Líderes, que guia as discussões dos chefes de governo e de Estado na cúpula. “É um processo que faz parte da negociação diplomática de um processo também que dura um ano e que esperemos que tenha bom fim, bom resultado, bom porto na reunião dos líderes”, declarou.
Os sherpas são emissários pessoais dos líderes do G20, que supervisionam as negociações, discutem os pontos que formam a agenda da cúpula e coordenam a maior parte do trabalho no fórum.
Financiamento para o combate à fome
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza também foi discutida pelos sherpas do G20, no que se refere aos compromissos internacionais e a identificação de políticas públicas de sucesso. Embora a questão do financiamento das ações de combate às desigualdades seja tema daTrilha de Finanças, Lyrio antecipou que haverá uma reunião ministerial em abril, em Washington, nos Estados Unidos, específica para discutir os mecanismos financeiros para a mobilização global, sob liderança do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.