Divulgação/ site g20.org
Estratégias para a mobilização de recursos públicos e privados para enfrentar a emergência climática foram pontos-chave da reunião dos vice-ministros de Finanças e vice-presidentes de Bancos Centrais do G20, que aconteceu nesta semana, em Brasília, por videoconferência. A embaixadora Tatiana Rosito, coordenadora da Trilha de Finanças, detalhou que o tema é central de uma arquitetura financeira em que os valores de financiamento para o desenvolvimento sustentável “passem dos bilhões para os trilhões” de dólares.
A embaixadora detalhou que outra prioridade da presidência brasileira do fórum que pode contribuir para a mobilização de recursos para a transição ecológica é a reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento (MDBs, na sigla em inglês), que também esteve no cerne dos debates sobre finanças e desenvolvimento sustentável dos representantes.
Além disso, Rosito reforçou que a cooperação internacional para taxação de super-ricos é um tema bem recebido pelos países membros. A embaixadora salientou que a proposta tem respaldo significativo da sociedade civil, da academia e figura nas agendas dos governos, que têm se empenhado em apoiar medidas de tributação mais progressivas que incluem, entre outros, impostos sobre a riqueza extrema.
“É uma agenda em construção que conecta diretamente às necessidades ampliadas de fontes financeiras para combater a pobreza ou a crise do clima. Ela é percebida e recebida muito bem, pois une a questão de progressividade tributária e de justiça social em âmbito global. Estamos satisfeitos com a recepção que vem recebendo e trabalhando para ter uma declaração sobre o tema”, negritou.
Encontro no FMI
Nos dias 18 e 19 de abril será realizada a terceira reunião de ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais do G20, em Washington, Estados Unidos, como parte da programação anual das reuniões de Primavera do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial. Com dois temas prioritários como pauta, os encontros “coroam um segundo círculo de reuniões de grupos de trabalho, iniciativas e das forças-tarefas que foram criadas pela presidência brasileira”, destacou Rosito.
“A primeira reunião vai se dedicar ao tema das finanças sustentáveis, de reimaginar o financiamento climático para atender as ambições de combate à mudança climática junto com os desafios do desenvolvimento. A segunda se concentra numa agenda sobre arquitetura financeira internacional para o século XXI em dois aspectos: a reforma e fortalecimento dos bancos multilaterais”, esmiuçou.
De acordo com Rosito, de forma concreta, a presidência brasileira espera que os representantes discutam também a construção de um roteiro para os MDBs se tornarem maiores e mais eficazes, bem como a resiliência de fluxos financeiros para o financiamento para economias em desenvolvimento.